Aqui estamos nós
Título
Aqui estamos nós — Apontamentos para viver no Planeta Terra
Título original
Here we are — Notes for living on Planet Earth
Autor
Oliver Jeffers
Tradução
Rui Lopes
Edição
Orfeu Negro, 2018
Dimensões da educação para a cidadania
educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento sustentável
Palavras-chave
ciclo da vida; o mundo como casa de todos; o mundo como lugar a descobrir; sentido da vida; saber olhar pela primeira vez; o espanto da primeira vez
ENQUADRAMENTO
Não sabemos como é que a vida apareceu na Terra. A Humanidade desde sempre se questiona sobre isso. Os cientistas põem imensas hipóteses e tentam encontrar imensas explicações. Mas, ainda assim, o porquê de tudo isto ser assim e não de outro modo, o porquê de tudo isto ser, é o maior mistério de todos: continuamos sem resposta.
A Terra é uma bola feita de terra e água a flutuar no espaço, rodeada de diferentes gases, outros planetas e estrelas. Se nos aproximarmos, vemos que esta grande bola está habitada por milhões de criaturas — gigantes, grandes, pequenas, microscópicas.
Ao observarmos de perto cada pessoa, cada planta, cada animal, vemos que é mesmo tudo muito estranho. Até se diz que, à lupa, ninguém (nem nada!) é normal. Mas a verdade é que aqui estamos, todos juntos, nesta mesma grande “casa” que é o Mundo. Até agora, nunca se encontrou vida em nenhum outro lugar do universo. E isso é mesmo espantoso!
Quando chegou a casa da maternidade com o seu primeiro filho nos braços, o Oliver, que escreveu e ilustrou este livro, apercebeu-se de que o bebé não sabia nada. E ficou um pouco aflito pelo facto de ser agora ele o responsável por lhe ensinar tudo. Mas, ao mesmo tempo, sentiu-se maravilhado por o bebé ir saborear, ver, ouvir, cheirar, tocar, fazer, aprender tudo pela primeira vez. A primeira vez que fazemos, saboreamos, vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos e aprendemos é mesmo bonita e importante, não te parece?
PERGUNTAS PARA PENSAR
Como é que nós, seres humanos, vivemos no planeta terra? Do que precisamos para viver? Vivemos todos do mesmo modo? Temos todos a mesma visão do que é o mundo?
Quando contamos o que se passa neste planeta — como se vive, o que acontece —, contamos todos a mesma história? O que é que não te esquecerias de contar?
O que faz de nós quem somos? Serias a mesma pessoa se tivesses nascido noutro lugar do mundo? E se vivesses numa casa diferente, com outra família?
O que mais gostas da tua vida aqui no mundo? E o que menos gostas?
O que achas que é justo neste planeta? E o que é injusto? Porquê?
Quem são as pessoas a quem perguntas as coisas que não sabes? Respondem-te sempre? Ficas satisfeito com as respostas?
Já alguma vez pensaste no que seria o universo se não houvesse nada nem ninguém?
Tens medo do mundo? Tens medo de fazer coisas pela primeira vez? Porque é que fazer algo (ou provar algo, ou dizer algo, ou ir a algum lugar) pela primeira vez é difícil? E parece-te importante?
EXPLORAÇÃO
Exercícios de movimento, escrita e investigação sobre a “primeira vez”
Tipo de exploração
movimento, escrita e investigação
Material sugerido
objetos variados, papel, envelope, lápis ou caneta
Ao crescermos, conhecemos cada vez melhor o mundo em que vivemos e experimentamos constantemente coisas pela primeira vez — comida, idas a lugares, experiências, objetos… Podemos ficar até ao resto da nossa vida a experimentar as primeiras vezes de alguma coisa!
O que te propomos é que penses sobre o que é “a primeira vez” de diferentes maneiras: com o corpo, através da escrita e da investigação.
1. Escolhe um objeto que conheças e saibas o que é (mesa, cadeira, borracha, livro,…).
a) Imagina que o estás a ver, sentir e conhecer, como se fosse pela primeira vez.
b) Explora o objeto sem dizeres nada, só através do teu corpo. Podes fechar os olhos, para ajudar.
c) Experimenta fazer uma brincadeira entre o objeto e o teu corpo explorando hipóteses sobre de que maneira o objeto pode ser útil: Por exemplo: Uma mesa serve para nos escondermos? Para nos deitarmos em cima dela? É quente ou fria? Mole ou dura? Uma borracha é para colocar dentro da boca, para mastigar e engolir como um pedaço de pão? Ou serve para lavar os dentes? Um livro é para pormos na cabeça como se fosse um chapéu? Para deitarmos a nossa cabeça para dormir?
2. Pensa na melhor primeira vez de alguma coisa que tenhas feito, experimentado ou conhecido.
a) Escreve uma carta a um grande amigo ou a alguém da tua família em que descrevas essa tua primeira vez (a primeira vez que viste estrelas cadentes, que começaste a andar de bicicleta sozinho ou a nadar, a primeira vez que leste um livro sem ajuda, a primeira vez na escola nova, a primeira vez que andaste de avião, que foste a um concerto ou espetáculo de teatro,…). O que sentiste? Porque foi tão importante ou emocionante? Achas que te vais lembrar para sempre?
b) Também podes escrever as tuas primeiras vezes em formato diário. Procura um caderno ainda por usar, um caderno que dê para reaproveitar (ou junta folhas diversas com um clipe), e passa a escrever sempre que faças alguma coisa pela primeira vez. Não te esqueças de anotar o lugar onde estavas e também a data. Cada primeira vez pode estar acompanhada de um desenho!
3. Observa de novo a página dos objetos em órbita ou das “ideias em órbita” (mais ou menos a meio do livro, na página que começa com “tu não consegues falar ainda”).
a) Inventa com a tua turma uma pergunta para cada objeto que está nesta página. Por exemplo: Existem fantasmas? Quem inventou o martelo? Porque é que há pessoas alérgicas aos morangos?
b) Mais tarde, estas perguntas podem servir de mote a um projeto de investigação em que, sozinho ou em grupo, investigues respostas às perguntas que fizeram.
No fim, vais saber responder a algumas das vossas perguntas, e pela primeira vez!