Os livros do rei
Título
Os livros do rei
Autores
David Machado e Gonçalo Viana
Edição
Alfaguara, 2017
Dimensões da educação para a cidadania
educação para os direitos humanos; educação para o desenvolvimento; educação para o empreendedorismo
Palavras-chave
utopia; poesia; fazer melhor; sonho; reconstrução; liderança; perserverança; perfecionismo
ENQUADRAMENTO
Às vezes queremos coisas que, sabemo-lo à partida, não parecem ser possíveis. A isso chama-se utopia. Mas só se sonharmos alto poderemos conseguir coisas realmente extraordinárias. Se pensarmos pequenino, sempre da mesma maneira, sem aspirar a mais, de certeza que não chegaremos a nenhum lugar novo.
Este livro começa com uma grande desgraça: uma cidade destruída e muita gente morta. Faz até lembrar a nossa Lisboa em 1755. O rei morre, mas o filho não — salvo pela sabedoria dos livros, que devorava sozinho na sua enorme biblioteca.
Os livros não só salvaram este novo rei como lhe alimentaram a imaginação e a sabedoria de que precisou para sonhar, inspirar, liderar e reconstruir o reino em ruínas.
A cidade que o jovem rei imaginou talvez só existisse mesmo nos contos de fadas dos livros e na sua cabeça, mas foi esse desejo — forte e determinado — que levou a que todos, cada qual com o seu talento, se esforçassem para construir uma cidade de sonho. Impossível? A cidade destruída foi reconstruída e ficou imperfeita, claro, mas, mesmo assim, era muito melhor do que a anterior. Tudo porque alguém (e alguém pequenino!) ousou sonhar com um mundo melhor.
PERGUNTAS PARA PENSAR
Há males que vêm por bem. Há alturas difíceis na vida e coisas más que acontecem. A nós, à nossa volta ou a toda uma comunidade. Mas será que não é possível aproveitar as situações difíceis para mudar algumas coisas para melhor?
O rei chama pintores, pedreiros, arquitetos, engenheiros, botânicos, zoólogos e agricultores.
Se fosses tu o rei, quem mais chamarias para te ajudar? E para fazerem o quê?
Já pensaste que o jovem rei perdeu tudo, até os pais, ficou a governar novíssimo, e mesmo assim conseguiu arranjar forças para sonhar, liderar e reconstruir?
Achas que vale a pena pensar em utopia? Parece-te tempo perdido ou achas que devemos sempre sonhar e pensar um mundo melhor?
Para pensar em grande e sem medo, às vezes a poesia pode ajudar porque é abstrata, por vezes fantástica, outras até absurda, sem sentido.
Ora repara: “flores que cheirassem a gargalhada de bebé”. Podem cheirar-se gargalhadas?
“pássaros cujo canto fosse semelhante ao som que o luar faz quando mergulha no mar. Pode a luz ter som?
Pensando nos cinco sentidos, podes treinar o teu pensamento poético. Aqui ficam alguns exemplos:
Uma cidade onde os baloiços soem a…(audição)
Uma cidade em que os animais tivessem …(tato)
Durante o confinamento, a cidade não ficou destruída, mas a pandemia é uma coisa má e tivemos de ficar todos em casa para nos protegermos e protegermos os outros. Mas houve coisas boas que vieram desse tempo. Lembras-te de alguma? [O silêncio na cidade, reconhecermos a importância de algumas profissões, muitas vezes esquecidas, darmos mais atenção uns aos outros, estarmos mais tempo uns com os outros, vermos a luz entrar em nossa casa em alturas em que nunca antes a tínhamos visto…].
EXPLORAÇÃO
Assembleia de turma para discussão e criação de equipas que desenvolvam e exponham propostas de melhoria para o espaço da escola
Tipo de exploração
projeto (assembleia de turma, expressão plástica e exposição)
Material sugerido
cartolinas; cartões; caixas ou outros objetos para reutilizar; tesoura; cola; tintas; lápis; plasticina; pasta de modelar; planta e outras imagens da escola
Propomos-te agora que, em conjunto com os teus colegas e professor, imagines, tal como o pequeno rei imaginou, uma escola melhor, a escola ideal. Se pudesses reconstruir a tua escola, como querias que ela fosse? O recreio, o refeitório, o ginásio, espaços que ainda não existem. Não te esqueças de todos os pormenores: as escadas, as janelas, o portão. Na imaginação não há limites. Podes pensar em ter uma praia no lugar da biblioteca, mudar o refeitório para o recreio, ter aulas nas escadas…Discutam bem as vossas ideias antes de “meterem mãos à obra”.
1. Faz uma assembleia de turma para discutir e identificar áreas da “cidade-escola” que queres melhorar. Em conjunto, escolham cinco.
2. Nessa assembleia, dividam a turma em equipas responsáveis por cada uma das cinco áreas da escola. Façam os grupos pensando nos talentos e gostos de cada um, de modo a que, em cada grupo, fique alguém que goste de inventar, alguém que goste de desenhar, alguém que goste de construir, alguém que goste de escrever, que saiba liderar sem ser mandão.
3. Agora, em equipa, criem uma proposta a três dimensões, para a vossa área. A proposta deve ter: um pequeno texto que explique a ideia; uma maquete* que dê forma à ideia.
4. Na maquete, podes usar a paleta de cores do livro, bem como as formas geométricas que o Gonçalo Viana, o seu ilustrador, usou. Se vires que ajuda, pede ao professor que te forneça uma planta** ou imagens da escola. Além disso, podes socorrer-te do teu livro de Matemática para perceberes como podes construir figuras geométricas tridimensionais (sólidos). Podes usar cartolinas ou cartões para construir os sólidos, mas também caixas ou outros objetos que consigas reutilizar, pintando-os ou desenhando neles. Ou até plasticina ou pasta de modelar.
5. Quando o trabalho estiver concluído, cada equipa pode dar uma legenda poética à sua maquete, à semelhança das frases que vêm no livro. Por exemplo: “Uma biblioteca que cheira a sabedoria”.
6. No final podem organizar uma exposição das vossas propostas num espaço da escola onde todos as possam ver. Podem chamar-lhe Escola Sonhada ou outro nome que lhe queiram dar!